Representantes sindicais dos empregados do Itaú se reuniram nesta quarta-feira (5) com o banco para falar sobre diversos problemas que afetam os trabalhadores. Foram duas reuniões seguidas, a primeira do Grupo de Trabalho de Saúde do Itaú, composto por representantes dos funcionários e do banco, e a segunda de negociação entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) e o Itaú.
“Ficou claro que o projeto do banco é continuar fechando agências, deixando a população sem atendimento e aumentando a sobrecarga de trabalho nas agências que permanecem abertas”, disse a coordenadora da COE, Valeska Pincovai. Para ela, a redução do número de postos de trabalho não se justifica frente ao grande lucro que o banco vem obtendo ano após ano.
O Itaú fechou 227 agências em 2024. O número supera a média de fechamento de agência de anos anteriores (em média 200 por ano nos últimos anos). Com relação aos postos de trabalho, segundo o banco, no ano passado foram contratadas 10.193 pessoas e demitidas 7.721.
Após questionamento da COE, o banco informou que o fechamento de agências interferiu no cotidiano de trabalho de 2.052 funcionários, sendo que 75,7% deste contingente foram realocados para outras unidades ou áreas de trabalho do banco. O programa de realocação e requalificação de funcionários é uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários.
“Questionamos o critério para o fechamento de agências e o banco respondeu que é devido à baixa rentabilidade. Ou seja, é um total descompromisso com a responsabilidade social que todo banco deve ter com o fornecimento dos serviços bancários para a população brasileira”, disse Valeska, ao lembrar que os bancos funcionam sob concessão pública e devem manter os serviços de pagamento e recebimento, se responsabilizar pela segurança dos recursos financeiros dos clientes e com a oferta de crédito para o desenvolvimento do país.
Para Valeska, a alegação de baixa rentabilidade não se justifica. “O banco ainda não divulgou o resultado final de 2024, mas nos nove primeiros meses do ano obteve lucro líquido recorrente gerencial de R$ 30,518 bilhões, 16,4% maior se comparado ao obtido no mesmo período do ano anterior”, lembrou a dirigente sindical.
Valorização dos trabalhadores
Na reunião de negociação com o banco, a COE apresentou uma proposta para que o Programa Complementar de Resultados (PCR) seja pago considerando as perdas que os bancários tiveram em relação ao reajuste da categoria e da pandemia de covid.
A COE também reivindica o debate sobre o Gera, que é o programa de remuneração variável do banco, em decorrência dos diversos problemas no programa que foram apresentados na reunião.
Problemas com o GERA:
• SQV;
• Metas aumentaram depois que passaram para trimestral;
• Metas não levam em conta a realidade da agência;
• Canal Fale com o Gera não funciona;
• Espelhamento;
• Demora na atualização da produção;
• Cartilha do Gera não tem clareza;
• Ponderador;
• Mudança das metas a todo momento;
• Não há readequação das metas do funcionário que sai de férias ou licença.
“Apresentamos os problemas do Gera ao banco e vamos apresentar propostas de solução para estes problemas na reunião do GT (Grupo de Trabalho) sobre o programa, que será realizada em fevereiro”, disse a coordenadora da COE/Itaú. A próxima reunião de negociação entre a COE e o banco ocorrerá no dia 26 de fevereiro.
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